...anunciou-se a morte da poesia nestes tempos da pós modernidade... mas a poesia voltou simplesmente ao seu início, à origem mais remota, ao canto, à música...
Terça-feira, 28 de Junho de 2005
por Eveline que vem em Setembro
pois é, como em todas as coisas não há verdades absolutas.
A poesia dos poetas não passou ainda totalmente para a música. Ainda há uns poucos grandes poetas.
Um beijo pra Eveline que me deu a conhecer esse monstro delicioso. Esse poetinha velhote e simpático que mora no meio do pantanal. Esse que chamam do maior poeta em actividade do Brasil. Esse Manoel de Barros...
Que se lixem os direitos de autor, ficam dois poemas do Manoel:
escova.
eu tinha vontade de fazer como os dois homens que vi sentados na terra escovando osso. no começo achei que aqueles homens não batiam bem. porque ficavam sentados na terra o dia inteiro escovando osso.depois aprendi que aqueles homens eram arqueólogos. e que eles faziam o serviço de escovar osso por amor. e que eles queriam encontrar nos ossos vestígios de antigas civilizações que estariam enterrados por séculos naquele chão. logo pensei de escovar palavras. porque eu havia lido em algum lugar que as palavras eram conchas de clamores antigos. eu queria ir atrás dos clamores antigos que estariam guardados dentro das palavras. eu já sabia também que as palavras possuem no corpo muitas oralidades remontadas e muitas significâncias remontadas. eu queria então escovar as palavras para escutar o primeiro esgar de cada uma. para escutar os primeiros sons, mesmo que ainda bígrafos. começei a fazer isso sentado em minha escrivaninha. passava horas inteiras, dias inteiros fechado no quarto, trancado a escovar palavras. logo a turma perguntou: o que eu fazia o dia inteiro trancado naquele quarto? eu respondi a eles, meio entresonhado, que eu estava escovando palavras. eles acharam que eu não batia bem. então eu joguei a escova fora.
manoel de barros.
em seu último livro, "memórias inventadas".
Informações sobre a musa
Musa pegou no meu braço. Apertou.
Fiquei excitadinho pra mulher.
Levei ela pra um lugar ermo (que eu tinha que fazer uma lírica):
- Musa, sopre de leve em meus ouvidos a doce poesia, a de perdão para os homens, porém... quero seleção... ouviu?
- Pois sim, gafanhoto, mas arreda a mão daí que a hora é imprópria, sá?
Minha musa sabe asneirinhas
Que não deviam de andar
Nem na boca de um cachorro!
Um dia briguei com Ela
Fui pra debaixo da Lua
E pedi uma inspiração:
- Essa Lua que nas poesias de antes fazia papel principal, não quero nem pra meu cavalo; e até logo, vou gozar da vida; vocês poetas são intersexuais...
E por de jaba ajuntou:
- Tenho uma coleguinha que lida com sonetos de dor de corno; porque não vai nela?
Manoel de barros
em seu primeiro livro POEMAS CONCEBIDOS SEM PECADO
Terça-feira, 21 de Junho de 2005
o amor sabe um segredo
Tom Jobim - Água de Beber (cantado pela grande Astrud Gilberto)
Eu quis amar mais tive medo
E quis salvar meu coração
Mas o amor sabe um segredo
O medo pode matar o seu coração
Água de beber
Água de beber camará
Água de beber
Água de beber camará
Eu nunca fiz coisa tão certa
Entrei pra escola do perdão
A minha casa vive aberta
Abri todas as portas do coração
Água de beber
Água de beber camará
Água de beber
Água de beber camará
Eu sempre tive uma certeza
Que só me deu desilusão
É que o amor é uma tristeza
Muita mágoa demais para um coração
Água de beber
Água de beber camará
Água de beber
Água de beber camará
Sexta-feira, 17 de Junho de 2005
lembrança de um fim de semana na Sierra de Aracena
TIETA - Luiz Caldas
Vem meu amor
Vem com calor
No meu corpo se enroscar
Vem minha flor
Vem sem pudor
Em seus braços me matar
Tieta não foi feita da costela de Adão
É mulher-diabo
É a própria tentação
Tieta é a serpente que encantava o Paraíso
Ela veio ao mundo prá tirar nosso juizo
Tieta, Tieta
Pelos olhos de Tieta me deixei guiar
Tieta, Tieta
No ventre de Tieta encontrei o meu lugar
Tieta, Tieta
Nos seios de Tieta construi meu ninho
Na boca de Tieta morri como um passarinho
Tieta do Agreste
Lua cheia de tesão
É lua, estrela, nuvem
Carregada de paixão
Tieta é fogo ardente
Queimando o coração
Seu amor mata a gente
Mais que o sol do sertão...
Segunda-feira, 6 de Junho de 2005
un coeur qui n'a pas de mémoire
Viens là - 1967 (Paroles/Musique:- Françoise Hardy)
viens-là, viens pleurer dans mes bras
viens-là, n'aie pas honte de toi
viens-là, comme tu viens chaque fois
me dire ce que je sais déjà...
viens-là, tu as un drôle de coeur
qui part toujours à cent à l'heure
un coeur qui n'a pas de mémoire
si souvent il s'est fait avoir
par des gens beaucoup moins bien que lui
par des gens qui n'étaient pas gentils
et ces gens qui n'y ont rien compris
ils ne méritaient pas que tu les aimes
viens-là, on voudrait être comme toi
aimer aussi souvent que ça
souffrir pareil autant de fois...
mais viens, dis-moi ce que tu as
il arrive souvent que tes rêves m'ennuient...
Peut-être que je t'aime - 1966 (Paroles/Musique:- Françoise Hardy)
si dormir avec toi n'est pas le bout du monde
ce le devient pourtant dès que tu n'es plus là
une vie près de toi risque d'être bien longue
mais loin de toi, c'est pire, elle n'en finit pas
quand en notre maison nous échangeons nos rêves
il arrive souvent que tes rêves m'ennuient
et puis je m'en repars vers des villes nouvelles
où je m'ennuie de toi au bout de quelques nuits
peut-être que je t'aime
peut-être que je t'aime
j'ai appris que le ciel me plaît moins que tes yeux
il me fallait pour ça lever les yeux au ciel
il me faudra toujours les oublier un peu, tes yeux
si tu veux qu'autres choses toujours me les rappelle
peut-être que je t'aime
peut-être que je t'aime
Fill my life with song
uma daquelas que não saem do ouvido... nunca nunca
Fly me to the moon
And let me play among the stars
Let me see what spring is like
On Jupiter and Mars
In other words hold my hand
In other words darling kiss me
Fill my life with song
And let me sing forevermore
You are all I hope for
All I worship and adore
In other words please be true
In other words I love you